Artigo 24/09/2024

Ronda da Governança #9

Acesso de empresas menores ao mercado de capitais

A Comissão de Valores Mobiliários(CVM) pretende criar um ambiente regulatório mais acessível para companhias de menor porte acessarem o mercado de capitais. Com regras menos exigentes, a ideia é atrair empresas com faturamento bruto abaixo de R$ 500 milhões, como alternativa intermediária entre o crowdfunding de investimentos e o mercado tradicional de valores mobiliários. Para isso, o regulador lançou uma consulta pública propondo o regime FÁCIL (Facilitação do Acesso a Capital e de Incentivo à Listagens).

Entre as flexibilizações propostas estão a dispensa de obrigações, incluindo a obtenção e manutenção de registro de emissor de valores mobiliários, e a realização de ofertas públicas de até R$ 300 milhões sem a necessidade de registro na CVM. Haverá simplificações nas assembleias e na divulgação de informações contábeis, assim como em documentos como o prospecto. O regime será experimental, permitindo que a CVM avalie os resultados das inovações. A consulta pública estará aberta até 6 de dezembro.

Fim do home office na Amazon

A Amazon anunciou que os funcionários deverão retornar ao escritório cinco dias por semana a partir de janeiro, encerrando a política de trabalho híbrido. A decisão foi comunicada pelo CEO Andy Jassy, que afirmou que a medida visa melhorar a colaboração, a inovação e o relacionamento.Para o executivo, manter o trabalho predominantemente remoto tem diluído a cultura corporativa da empresa, que cresceu com o espírito de startup.

A mudança gerou tensões dentro da empresa, que emprega mais de 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo. Em 2022, trabalhadores da sede em Seattle protestaram contra a redução das opções de trabalho remoto, uma política implantada durante a pandemia. A Amazon acabou demitindo o organizador do protesto, provocando uma disputa trabalhista.

Investidores delegam voto à gestora

A Vanguard, uma das maiores gestoras do mundo, permitiu que investidores de alguns de seus fundos votassem em questões de governança de investidas, como parte de um esforço para dar voz aos cotistas. Entretanto, quase metade dos investidores escolheu delegar essa responsabilidade à própria gestora, demonstrando confiança em suas decisões. Cerca de 45% dos acionistas preferiram que a Vanguard, que administra US$ 9,7 trilhões, votasse em seu nome.

Essa iniciativa da Vanguard ocorre em meio à crescente pressão política sobre as gestoras de fundos passivos, que têm influência significativa sobre empresas dos Estados Unidos devido ao controle de grandes porcentagens de suas ações. Programas semelhantes foram adotados por outras grandes gestoras, como BlackRock e State Street, na tentativa de permitir que investidores individuais participem mais ativamente das decisões. No entanto, da mesma forma, muitos investidores ainda preferem que suas gestoras tomem essas decisões por eles.