Artigo 31/07/2024

Ronda da governança #5

Amec cobra assembleia da Petrobras

A Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) enviou uma carta à Petrobras pedindo explicações sobre a não convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) em maio para a eleição do Conselho de Administração da empresa. O pedido de esclarecimento foi motivado após a renúncia de Jean Paul Prates e a nomeação de Magda Chambriard para a presidência da estatal.

Com a renúncia do ex-presidente, que também tinha um assento como conselheiro, abriram-se as discussões sobre a necessidade de uma nova eleição, uma vez que o board foi eleito por meio do voto múltiplo.

Acionistas minoritários da Petrobras haviam solicitado a convocação da AGE, e o pedido foi validado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Apesar disso, a Petrobras informou que seu Conselho rejeitou a solicitação, justificando que o pedido não atendia aos requisitos estabelecidos pela Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404).

A negativa levantou preocupações entre os acionistas minoritários, que questionam a transparência e a governança corporativa da estatal. A Amec, em sua carta, busca entender os critérios utilizados pela Petrobras para negar o pedido e quais medidas serão tomadas para garantir que os direitos dos acionistas sejam respeitados.


Investidores querem mudanças na LVMH

A Amundi, principal gestora de recursos da Europa, e outros investidores querem que a gigante de luxo LVMH tome medidas mais agressivas para monitorar o tratamento dos trabalhadores por seus fornecedores. A medida ocorre após procuradores italianos revelarem supostas condições de trabalho em regime de sweatshop (fábricas exploradoras) em subcontratados da marca de alto luxo Dior.

Controlada pelo bilionário Bernard Arnault, a empresa, dona de marcas como Louis Vuitton, Loewe, Fendi, Givenchy, Celine, Sephora e Moët & Chandon, além da Dior, é avaliada em mais de US$ 300 bilhões. A investigação sobre os fornecedores da segunda maior marca de moda da LVMH, revelada pela Reuters em 11 de junho, trouxe à tona a exploração potencial de trabalhadores na indústria global de bens de luxo, avaliada em US$ 1,6 trilhão.


Queda no lucro das estatais brasileiras

As empresas estatais brasileiras tiveram um lucro líquido de R$ 197,9 bilhões em 2023, primeiro ano do governo Lula 3. Os dados são de um relatório do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. O valor representa uma queda de 28% em comparação ao lucro de R$ 275 bilhões registrado em 2022.

A diminuição no lucro das estatais é atribuída, em grande parte, à performance da Petrobras. A petroleira, apesar de ter ampliado a produção no período, viu seu resultado final cair por causa das cotações do petróleo nos mercados globais, fator que impactou os resultados financeiros.