Ronda da Governança #25
ABA decide excluir reserva de assentos para grupos sub-representados
A American Bar Association (ABA) decidiu pôr fim à reserva de cinco assentos no Conselho Diretor para mulheres, minorias raciais e outros grupos sub-representados. A mudança foi aprovada durante a reunião anual da Associação Americana de Advogados em Toronto. Agora, essas posições serão preenchidas por candidatos "comprometidos com os valores de diversidade, equidade e inclusão", independentemente da origem demográfica.
A decisão surge em meio a pressões do governo americano de Donald Trump e de conservadores -- a associação é alvo de acusações de discriminação em programas de diversidade. No primeiro semestre de 2025, o presidente americano ameaçou retirar o reconhecimento da ABA como órgão oficial das faculdades de Direito dos EUA e uma coalizão pediu investigação formal sobre as contratações.
A proposta de reforma anunciada também incluiu uma tentativa de reduzir o tamanho da câmara e do conselho da ABA, como resposta à queda de 43% no número de membros desde 2015, mas foi frustrada.
Fundos de pensão se opõem a assembleias exclusivamente virtuais
Os principais fundos de pensão do Reino Unido, que juntos administram cerca de £150 bilhões em ativos, lançaram a campanha Governance for Growth Investor Campaign para barrar a realização de assembleias apenas em ambientes virtuais. Segundo as entidades, o modelo reduz o engajamento dos acionistas e enfraquece a responsabilidade dos conselhos, o que pode comprometer a qualidade da governança corporativa.
As reuniões virtuais ganharam força durante a pandemia, quando restrições sanitárias impediram encontros e reuniões presenciais. Agora, parte do mercado vê riscos na manutenção exclusiva desse formato e aponta que a ausência de interação física limita o debate e a fiscalização por parte dos investidores.
Trump recua e elogia CEO da Intel após pedir renúncia de executivo
O CEO da Intel, Lip-Bu Tan, foi acusado por Donald Trump de ter ligações com a China e teve o cargo colocado em xeque. Uma semana depois, o presidente dos Estados Unidos voltou atrás e, depois de uma reunião na Casa Branca, chamou a trajetória profissional de Tan de “incrível”. Além disso, ainda afirmou que ouvirá sugestões do executivo e da equipe dele.
A acusação inicial de Trump foi motivada por suspeitas levantadas pelo senador republicano Tom Cotton, que sinalizou possíveis investimentos de Tan em empresas chinesas de semicondutores e ligações com a Cadence Design Systems -- companhia que, sob a liderança do executivo, vendeu produtos para uma universidade militar chinesa.
O CEO da Intel rebateu as acusações, as classificou como “desinformação” e afirmou que sempre atuou dentro de padrões legais e éticos. O executivo disse ainda que mantém diálogo com o governo para esclarecer os fatos e destacou que o conselho da Intel apoia integralmente sua gestão.