Artigo 18/06/2025

Ronda da Governança #23

Suzano rejeita mudança no Novo Mercado…

O Conselho de Administração da Suzano decidiu, de forma unânime, rejeitar todas as 25 propostas de alteração no regulamento do Novo Mercado, segmento da B3 com elevados padrões de governança corporativa. A decisão foi recomendada pela diretoria executiva da companhia. Para a empresa, mudanças dessa natureza precisam de um processo mais estruturado, com amplo debate e maior participação do mercado.



… na contramão das recomendações do IBGC e AMEC

A decisão da Suzano de rejeitar as mudanças propostas para o Novo Mercado da B3 vai na contramão ao posicionamento de entidades. O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) defendeu que as alterações representam uma oportunidade de fortalecer o segmento e alinhar as regras às práticas internacionais. Para a presidente Valeria Café, é uma chance de aumentar a confiança dos investidores.

Quem também é a favor é a Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), embora considere a reforma um pouco tímida. Segundo a entidade, medidas como o aumento do percentual mínimo de conselheiros independentes — de 20% para 30% — são avanços na direção de um modelo mais próximo dos padrões globais.


Pressão na Victoria’s Secret

A gestora ativista Barington Capital pressiona a empresa Victoria’s Secret por alterações na liderança, governança e foco estratégico. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, o fundo quer fazer mudanças para enfrentar os desafios de desempenho da marca.

A empresa, que se separou da L Brands em 2021, adotou uma poison pill no ano passado para se proteger de aquisições indesejadas. Desde então, perdeu relevância e valor de mercado.

Essa não é a primeira vez que a Barington Capital dá esse tipo de investida. As varejistas Macy’s e a própria L Brands já foram alvo de movimentações semelhantes.


CEO da Renault renuncia cargo

No comando da montadora francesa há cinco anos, o italiano Luca de Meo está de saída para “novos desafios”. O executivo liderou a empresa durante um período de transformação, marcado pela aposta em veículos elétricos e pela reestruturação da parceria com a japonesa Nissan.

O jornal francês Le Figaro revelou que Meo deve assumir a presidência da Kering, grupo dono da Gucci, Yves Saint Laurent e Balenciaga. A Kering não comentou a informação, mas fontes próximas à companhia dizem que François-Henri Pinault, atual CEO e presidente, está em busca de um sucessor. O grupo, fundado pelo pai de Pinault, enfrenta uma queda de ações nos últimos dois anos, em meio a trocas de designers e alertas de lucros abaixo do esperado.