Artigo 12/03/2025

Ronda da Governança #17

Walgreens deixa a Bolsa de Valores

A Walgreens Boots Alliance anunciou que vai deixar de ser uma empresa de capital aberto após quase 100 anos na Bolsa de Valores, em um acordo de até US$ 23,7 bilhões com a companhia de private equity Sycamore Partners. Nos últimos 5 anos, a queda no valor de mercado atingiu cerca de 80%, o que também culminou no fechamento de centenas de lojas nos Estados Unidos — e a previsão é de que mais 1.200 fechem as portas até 2027.

A gigante do varejo farmacêutico tem perdido espaço para concorrentes como CVS. Problemas como a redução dos reembolsos de medicamentos e a concorrência de plataformas digitais, como a Amazon, prejudicaram ainda mais a companhia.

Nissan nomeia novo CEO em meio a crise

Após semanas de especulações sobre a sucessão de Makoto Uchida na Nissan, a companhia anunciou Ivan Espinosa como novo CEO. Ele passará a ocupar a posição a partir de 1º de abril. A nomeação ocorre em meio a crise e uma série de problemas de gestão na montadora, inclusive o fracasso nas negociações de fusão com a Honda. A companhia sofreu uma série de cortes nas previsões de lucro e teve um desempenho insatisfatório diante do mercado global. Por isso, Uchida foi pressionado a entregar o cargo.

Espinosa assumia a direção de planejamento e soma mais de 20 anos de experiência na empresa. A carreira internacional do novo CEO pode ser auxiliar no reposicionamento da marca, que também enfrenta problemas como a competição de fabricantes de carros elétricos chineses.

Fuga de IPOs no Brasil? Londres também sofre

No ano passado, 88 empresas deixaram a tradicional Bolsa de Londres, e somente 18 fizeram IPOs no mercado inglês. Só que esse desafio não é só da capital britânica, mas também de outros mercados globais, como Nova Iorque e Hong Kong. Pelo menos esse é o argumento do CEO da London Stock Exchange Group (LSEG), David Schwimmer, em entrevista à CNBC. Para o executivo, o ambiente global está “bastante contido”.

A queda nas listagens em Londres preocupa companhias, que já levantam suposições sobre a perda de competitividade da cidade no mercado global. Companhias como a mineradora Glencore consideram transferir as listagens para outros mercados, como Nova York, o que agrava o problema para a LSE. Mas, de acordo com Schwimmer, essa migração pode não ser uma solução, já que algumas empresas do Reino Unido migraram para os EUA e não tiveram resultados positivos.

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