Artigo 17/11/2023

Principais aspectos de governança: um guia rápido

Saiba o que é governança corporativa e porque ela é crucial para investidores e empresas .Compreender e aplicar os princípios-chave da governança é crucial para empresas que buscam atuar com transparência e responsabilidade.

Nunca é demais reforçar os principais aspectos da governança. Descubra os fundamentos essenciais da governança corporativa neste guia rápido elaborado pelo Boardwise:


O que é governança corporativa?

A governança é o “sistema formado por princípios, regras, estruturas e processos pelo qual as organizações são dirigidas e monitoradas”, conforme a definição mais recente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). O objetivo é gerar valor de forma sustentável para a própria empresa, seus sócios e a população.

Esse sistema busca o equilíbrio entre os interesses de todas as partes e contribui positivamente para a comunidade do entorno em que está inserida, a sociedade em geral e o meio ambiente. Um dos elementos fundamentais da governança é a ética.

Conheça os cinco pilares da governança, segundo o Código das Melhores Práticas de Governança do IBGC:

  1. Integridade: Atuar com ética e transparência em todas as operações.
  2. Transparência: Garantir a divulgação precisa de informações relevantes.
  3. Equidade: Assegurar tratamento justo a todos os stakeholders.
  4. Responsabilização (Accountability): Estabelecer responsabilidades claras e prestar contas pelas ações.
  5. Sustentabilidade: Integrar práticas responsáveis em todas as operações.

    A governança corporativa e seu impacto nos investidores

    A governança garante uma supervisão mais rigorosa, formando uma forte reputação para acionistas, funcionários, clientes e o mercado em si. A governança corporativa trabalha com transparência e pode ser um fator decisivo na prevenção de escândalos corporativos, fraudes e questões relacionadas à responsabilidade corporativa.

    Uma “governança pobre” é um fator de risco substancial. A boa governança não garante uma performance superior, mas certamente há, no Brasil e no mundo, investidores que estão dispostos a pagar prêmios maiores por empresas que seguem essas regras mais à risca. A força dos princípios de governança corporativa de uma empresa pode levar a uma avaliação maior ou menor das ações.

    O papel estratégico do Conselho de Administração

    Entre as funções do Conselho está contratar, demitir e determinar a remuneração do CEO da companhia, que por sua vez é o responsável pelo dia-a-dia da empresa. Também é esperado que o Conselho supervisione a direção da companhia e a estratégia corporativa.

    O IBGC afirma: “O colegiado ainda deve garantir o fluxo de informações e comunicação com os sócios e com as partes interessadas.”

    O grupo deve escolher, avaliar e interagir com a auditoria independente e garantir que as demonstrações financeiras expressem a situação econômica da empresa de forma fidedigna. A supervisão não se restringe ao desempenho econômico-financeiro, e deve contemplar também os fatores ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). Outra tarefa do colegiado é analisar e monitorar o apetite a riscos da empresa, bem como a integridade dos controles internos.

    “O Conselho de Administração exerce o papel de guardião do propósito, dos valores, do objeto social da organização e de seu sistema de governança. É o órgão colegiado encarregado da definição da estratégia corporativa, do acompanhamento de seu cumprimento pela diretoria, e da conexão entre a gestão executiva e os sócios em defesa dos interesses da organização”, afirma o código do IBGC.

    O investidor como agente de mudança da governança corporativa

    O chamado "stewardship" refere-se ao papel ativo e responsável que investidores desempenham ao influenciar as empresas para melhorar seu desempenho e práticas de governança corporativa.Investidores engajados pressionam as empresas para adotarem práticas transparentes e responsáveis.

    Há uma série de oportunidades para aprimorar a cultura de engajamento e a postura proativa no mercado brasileiro em relação à governança corporativa e ao stewardship, o que pode resultar em empresas mais robustas, transparentes e responsáveis. Isso não apenas beneficia os investidores, mas também contribui para o crescimento sustentável do mercado de capitais brasileiro como um todo.

    No cenário global, mercados maduros como o europeu e japonês já incorporaram o stewardship como parte essencial do dever fiduciário. O envolvimento constante e a influência durante assembleias são componentes-chave para trazer as mudanças necessárias para as companhias.