A governança é uma prática antiga, fundamental desde a fundação de qualquer empresa. Embora este valor esteja de alguma forma consolidado no mercado corporativo, na prática, há companhias que ainda não se atentaram que o princípio tem extrema importância no mundo corporativo. Ainda há um caminho a ser percorrido, principalmente para aquelas que estão fora do setor financeiro.

Em entrevista à Boardwise, especialistas da Liberum Ratings lembram que há uma interdependência entre boa governança e sucesso empresarial sustentável. Além disso, é necessária uma maior conscientização e implementação de práticas de governança eficazes em todos os níveis do tecido empresarial brasileiro.

"Governança é tudo. É como o cérebro de uma empresa", afirma Maurício Bassi Rincón, sócio-fundador da Liberum Ratings, ao discutir o papel do 'G' em ESG (Environmental, Social and Governance).

Para Rincón, uma boa governança não só define a estrutura e a direção de uma empresa, mas também é crucial para a integração efetiva das práticas ambientais e sociais. "Como você vai estruturar o 'E' (environmental) e 'S' (Social) se você não tem cabeça (governance)?", questiona.

"Em todas as crises, momentos políticos mais complicados, envolveram fraquezas de governança", completa Marcelo de Aquino, analista de risco da Liberum Ratings.

No mercado de capitais e financeiro, a governança tende a se dar melhor de forma geral, porque são entidades altamente reguladas. “Gestores, bancos e financeiras têm que ter governança por uma questão de adequação", diz Rincón, explicando que neste mercado as práticas de governança são quase uma exigência para a operação e sustentabilidade das empresas.

Por outro lado, o especialista observa que algumas pequenas e médias empresas ainda não percebem a governança como um aspecto crucial, principalmente aquelas fora do setor financeiro que lidam com o desafio diário de gestão operacional e de recursos.

*A Liberum Ratings está entre os clientes da Ânima Comunicação em Governança.