Artigo 13/06/2024

Uniformização corporativa em nome da governança

A busca incessante por padrões e conformidade, em nome de uma suposta boa governança, pode estar sufocando a criatividade e a eficiência nas corporações. Esse fenômeno, denominado como pasteurização corporativa, é caracterizado pela adoção de modelos uniformes de gestão que ignoram as particularidades de cada organização.

Especialistas alertam que essa tendência pode levar à perda de competitividade, uma vez que empresas ficam reféns de um modus operandi padronizado que não valoriza a inovação e a flexibilidade. A adesão cega a códigos de conduta e políticas rígidas pode resultar em ambientes corporativos excessivamente burocráticos, onde a tomada de decisão é lenta e os colaboradores se sentem desmotivados.

Um estudo recente destaca que, enquanto a governança corporativa visa mitigar riscos e promover a transparência, a sua implementação sem considerar as especificidades de cada empresa pode ter o efeito contrário. Empresas que se limitam a seguir modelos predefinidos de governança muitas vezes falham em adaptar suas estratégias às mudanças rápidas do mercado.

Por outro lado, a boa governança deve ser vista como um guia que pode ser ajustado conforme a realidade e necessidades da empresa, permitindo a manutenção de um equilíbrio entre controle e flexibilidade. A personalização das práticas de governança, respeitando a cultura e o contexto de cada organização, é essencial para evitar a estagnação e promover um ambiente propício à inovação e ao crescimento sustentável.

Os líderes empresariais precisam estar atentos para não transformar a governança em um mecanismo opressor, mas sim em uma ferramenta que potencializa as capacidades únicas de suas organizações. A chave está em encontrar um equilíbrio que permita a conformidade sem sacrificar a originalidade e a eficiência, garantindo assim a verdadeira boa governança corporativa.