Pedro Parente aborda desafios e avanços em ESG no Brasil
O Brasil avançou em governança e até do ponto de vista social, mas falta desenvolver questões ambientais, na visão de Pedro Parente, executivo brasileiro com experiência em gestão de crises e governança corporativa. Ele é o primeiro convidado do Boardwise Convida - Histórias de Governança, projeto da Ânima Comunicação em Governança, que visa aprofundar as discussões sobre o tema no Brasil e no mundo.
Considerando os princípios ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês), os problemas no Brasil estão ligados às deficiências no manejo dos recursos públicos e os desafios ambientais que o país enfrenta.
"Arrecadamos muito e gastamos mal. O que se observa é a alocação dos recursos públicos de acordo com interesses paroquiais, muitas vezes inconsistentes entre si", diz.
Parente acredita que, apesar de alguns avanços, o Brasil está distante dos resultados necessários para atender às exigências globais. Uma das preocupações é o aumento do uso de carvão para geração de energia – impulsionado nos Estados Unidos por demandas crescentes de carros elétricos e centros de processamento de dados. "No dia a dia, os resultados são aquilo que se esperava para daqui a anos. Já está acontecendo hoje", explica.
Não avançar o suficiente na questão ambiental não é exclusivo do país. Parente menciona a China como um ator crucial na discussão global: “Existem países que são fundamentais nesta discussão, especialmente a China, que é a grande responsável pelo aumento de emissão de gases de efeito estufa”. Para o executivo, enfrentar a crise ESG é fundamental e exige uma abordagem holística que englobe governança robusta, responsabilidade social e comprometimento ambiental.
Biografia
Pedro Parente é um executivo brasileiro com forte experiência em gestão de crises nas esferas pública e privada. Foi Ministro da Casa Civil no governo Fernando Henrique Cardoso e conduziu o país durante a crise histórica do apagão de energia em 2001. Com mais de 53 anos de experiência profissional, Parente começou no Banco do Brasil e Banco Central e esteve à frente dos ministérios de Minas e Energia e Planejamento, Orçamento e Gestão. Além de presidente da Petrobras e da BRF, Parente foi chairman da B3. Hoje, é presidente do conselho de administração e sócio da gestora eB Capital. Recentemente, o executivo foi indicado como chairman da Azzas 2154, empresa resultante da associação entre o Grupo Soma e Arezzo.
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