Artigo 16/11/2023

Reguladores internacionais e o combate ao greenwahsing

Nos últimos anos, reguladores internacionais começaram a fechar o cerco contra o greenwashing, em ações que atingiram até mesmo instituições financeiras de primeira linha e grandes empresas. De modo geral, o momento é importante na regulamentação contras as falsas práticas ambientais, sociais ou de governança - algo inovador em todo o mundo de alguma forma.

Conheça algumas das principais ações nos Estados Unidos e na Europa:


Greenwashing no mercado de capitais

A Securities and Exchange Commission (SEC), regulador do mercado americano, instaurou processos e celebrou acordos com instituições financeiras de primeira linha e importantes multinacionais. Um dos alvos foi a DWS, gestora do banco alemão Deutsche Bank. A empresa foi condenada a pagar uma multa de US$ 19 milhões para encerrar uma investigação de greenwashing.

Outros casos incluíram a BNY Mellon Investment Adviser e a gestora do Goldman Sachs. Em março, a SEC aceitou um acordo da Vale para encerrar uma ação movida pela contra a companhia em abril de 2022, mediante o pagamento de US$ 55,9 milhões.


Parlamento Europeu bane práticas duvidosas

Desde setembro de 2023, há um acordo provisório sobre novas regras para proibir a publicidade enganosa e fornecer aos consumidores uma melhor informação sobre os produtos.

O acordo atualiza a lista existente na UE de práticas comerciais proibidas e acrescenta vários hábitos de marketing problemáticos relacionados ao greenwashing e a obsolescência precoce de produtos. O objetivo é proteger os consumidores de práticas enganosas e ajudá-los a fazer melhores escolhas de compra.

Há uma lista de ações banidas. São proibidas, por exemplo, alegações ambientais genéricas, como “amigo do ambiente”, ou “neutro para o clima”, sem prova reconhecida.

Propaganda Enganosa no Reino Unido

No Reino Unido, a Autoridade de Padrões de Publicidade (ASA, na sigla em inglês) baniu campanhas publicitárias como do HSBC, sobre os esforços do banco para zerar as emissões de carbono e plantar 2 milhões de árvores. Só que, ao mesmo tempo, o banco manteve, ao longo dos anos, financiamentos bilionários à indústria de óleo e gás.

Na mesma linha, outras empresas como Oatly (leite de aveia), Unilever (detergente para a roupa) e Lufthansa (viagens aéreas), também tiveram suas propagandas retiradas. No Reino Unido, onde a ASA opera, a Autoridade da Concorrência e dos Mercados (CMA) está a investigar grandes marcas de moda devido a alegações verdes consideradas vagas.