Artigo 14/11/2023

Desafios do ESG: percepções globais de conselheiros

Por Larissa Caetano

Nos últimos anos, a agenda ESG — sigla em inglês para práticas ambientais, sociais e de governança — se faz cada vez mais presente no ambiente corporativo. Apesar destas práticas serem frequentemente discutidas e implementadas no mundo empresarial, a maior dúvida é se continuam relevantes para a estratégia das empresas.

O resultado é díspare quando se compara companhias europeias e americanas, como mostra um levantamento do Instituto Diligent e da Spencer Stuart. O estudo ouviu 992 conselheiros de administração para entender como os ‘boards’ agem quando o assunto é ESG.

A maioria das empresas em todo o mundo enxerga essas diretrizes como oportunidades, em especial as europeias. No velho mundo, as empresas sofrem pressão para aprimorar e as decisões com relação à sustentabilidade, com objetivo de fortalecer o pilar ambiental. Ainda assim, por lá o uso do termo ESG pode soar “genérico”.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, algumas corporações e líderes têm evitado, inclusive, usar a sigla. Somente 25% dos conselheiros americanos acreditam que suas organizações têm liderança eficaz e alta ambição em questões ambientais e sociais, em comparação a 50% dos conselhos na Europa. Os europeus também veem mais impacto das práticas ESG no desempenho das ações do que os ‘boards’ americanos.

De forma geral, para quase metade dos conselheiros de administração ouvidos pelo estudo (45%), é necessário ter mais informações e insumos sobre como as metas ESG podem ser vinculadas à estratégia das empresas. Esse é um dos maiores obstáculos para o progresso da agenda dentro das corporações.

Mas as perspectivas são positivas. De olho no futuro, quase metade dos entrevistados (47%) está empenhada em continuar incentivando as iniciativas ESG. Com relação à divulgação dessas metas, 60% têm cuidado extra para garantir que a estratégia seja refletida adequadamente nos relatórios anuais.

A maior incidência de métricas ambientais e sociais dentro do ambiente corporativo comprova a relevância da pauta ESG e sua importância para a perenidade das empresas.