Artigo 02/04/2024

As práticas de sustentabilidade das companhias, na visão da OCDE

Por Larissa Cateano

A divulgação de informações sobre sustentabilidade por companhias de capital aberto ainda está limitada às corporações de maior porte, mostra um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para a entidade, a flexibilidade das divulgações e interlocução dos reguladores é fundamental para aumentar estes percentuais.

De acordo com o documento, 86% das empresas por capitalização de mercado já oferecem informações sobre o assunto “sustentabilidade global”. De 43.970 organizações listadas globalmente, somente 9.600 (ou 22%) tratam do assunto.

Para a OCDE, a estrutura de divulgação de informações referentes à sustentabilidade precisa ser flexível. Além disso, a entidade ressalta a exigência de garantias de qualidade nas informações divulgadas e reforça o papel da governança corporativa para facilitar e apoiar o engajamento dos acionistas em práticas sustentáveis.

O relatório enfatiza a importância do papel dos investidores que, por ocuparem um espaço significativo nas ações de empresas com altas emissões de gases de efeito estufa, têm uma chance de influenciar as práticas de sustentabilidade corporativa.

A entidade sugere que os reguladores devem trabalhar em conjunto para que as normas sejam interoperáveis na medida do possível, visando a redução de custos para as empresas que devem divulgar informações relacionadas à sustentabilidade de acordo com várias normas.Em casos em que não for possível divulgar todas as informações sobre sustentabilidade ou nos casos de custos muito elevados, as jurisdições devem exigir certos dados, como dados sobre emissão de gases de efeito estufa.

Entre as empresas que divulgaram dados sobre sustentabilidade, muitas estão recorrendo a prestadores de serviços para comprovar a veracidade das informações. Esse movimento não só demonstra um compromisso com a transparência, mas também uma conscientização de abordar questões ambientais e sociais.

O relatório destaca a necessidade de uma melhor divulgação relacionada a investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis. “No entanto, os reguladores poderiam considerar exigir ou recomendar a divulgação de informações relevantes aos investidores para avaliar o potencial das empresas para desenvolver tecnologias mais verdes”, afirma o relatório.